O ovo ou a galinha, a dívida ou os juros, quem nasceu primeiro

Este texto traz algumas reflexões sobre juros e dívida quem causa o outro, ou quem nasceu primeiro. Num primeiro momento, os juros são consequências da dívida, porque só paga juros quem se endivida. Com o decorrer do tempo, no entanto, quando eles, em vez de serem pagos, acumulam-se ao saldo devedor da dívida, passam a ser causa do endividamento. Esse é o aspecto fiscal dos juros.

Há, ainda, o aspecto monetário, porque com o regime de metas de inflação, são os juros que mantém a taxa Selic dentro da meta estabelecida pelo governo. Isso, embora questionável em alguns aspectos, é certo que o aumento da taxa de juros age sobre a demanda agregada, que pressionará menos os aumentos de preços, além de contribuir para o ingresso de dólares, reduzindo os preços dos produtos transacionados com o exterior. Mas pode ter efeito negativo para o balanço de pagamentos, prejudicando as exportações e facilitando as importações.  Há correntes de opinião que entende que os juros altos reduzem a inflação no curto prazo, mas a aumentam no longo, por uma série de razões que não cabe aqui enumerá-las.

O aumento na taxa de juros aumenta o saldo devedor da dívida, necessitando maiores resultados primários, que nem sempre são possíveis.

Os aumentos dos juros, no entanto, não influem na dívida por contratos, com taxas de juros pré-fixadas, como é o caso da dívida do Estado com a União, fato esse que não é aceito por todos os economistas.

Esse assunto é tratado com detalhes no texto anexo.

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