Prefeitura nos passos do Estado…
É tão grave a situação financeira do Município de Porto Alegre, que se pode dizer que ele está indo para o mesmo caminho do Estado, embora sua dívida seja muito menor.
Nos demonstrativos financeiros do período janeiro a outubro do corrente, verifica-se que a receita corrente cresceu nominalmente apenas R$ 215 milhões, ou seja, 5%, sobre igual período do ano anterior. No mesmo período, a despesa com pessoal cresceu R$ 334 milhões ou 16%, isto é, três vezes mais do que a receita. E, dentro da despesa com pessoal está o dispêndio líquido com previdência (déficit previdenciário mais contribuição patronal), que foi da ordem de 208 milhões ou mais 27,7%, na mesma base de comparação. Então 97% do crescimento da receita foi absorvido pelo incremento da despesa previdenciária.
Isso só foi possível, porque entre despesas correntes e investimentos foram reduzidos R$ 216 milhões, ou seja, naqueles gastos que seriam destinados às melhorias urbanas de que tanto se ouve reclamação.
Sem fazer apologia ao aumento de impostos, porque a sociedade está cansada de pagá-los sem receber adequadamente os serviços a que tem direito, quero com esse artigo mostrar a incoerência dos vereadores de Porto Alegre e dos legisladores em geral.
Os parlamentares, sempre tão ciosos em impedir aumento de impostos, deveriam dar o mesmo tratamento quando votam o aumento de despesa, especialmente, a com pessoal, que tem natureza permanente. A causa desse desequilíbrio, portanto, está na criação de despesas com taxas de crescimento muito superiores às da receita, sem uma visão estratégica do que poderia ocorrer no futuro.
Conforme a imprensa tem noticiado, todas as iniciativas de aumentar a receita são rechaçadas pelos vereadores, até mesmo pelos da base aliada. Mas não foi a gestão atual que criou despesas exageradas, nem mesmo as anteriores, agindo isoladamente. Tudo foi feito no passado com o beneplácito do Poder Legislativo.
Diante disso, pergunto aos senhores vereadores como vai ser governado o Município. Confesso que não sei como.
Para ler no Jornal clique aqui.