A imprensa do centro do País tem denunciado o déficit sem precedentes das estatais federais _ exceto a Petrobras que não entra nesta conta_ na ordem de R$ 8,9 bilhões nos 12 meses contados até agosto do corrente. O mais alarmante, no entanto, é o déficit dos Correios, de R$ 4,3 bilhões só no 1º semestre deste ano. Os déficits dessa Autarquia crescem a cada ano, totalizando desde 2023 R$ 7,5 bilhões. E isso não fica só no déficit, a União, já deficitária, tem que repassar subvenções para cobrir essa defasagem.
A receita despencou. Segundo a informação da Autarquia, a principal queda decorreu das encomendas internacionais, cuja arrecadação caiu, impactada pelo caso das “blusinhas”, porque o governo passou a tributar compras estrangeiras de até US$ 50, reduzindo, com isso, o volume de postagens vindas do exterior. Atribuem também ao governo anterior, no que não se vê muita lógica.
Mesmo com a essa queda de receita, a despesa continuou crescendo, com reajustes salariais a 55 mil funcionários, precatórios judiciais, pagamento de dívidas trabalhistas e crescimento das despesas administrativas.
Para resolver ou amenizar esse problema os Correios vão contrair R$ 20 bilhões de empréstimos no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal e em bancos particulares, com garantia do Governo Federal.
Neste última parte é que mora o perigo; quem vai acabar pagando essa conta é o contribuinte, através dos impostos que recolhe ao governo.
Como um órgão que apresenta déficits crescentes desde 2023, de um hora para outra, vai para de zerar seus déficits e formar uma poupança para pagar as prestações dessa dívida?
Isso só seria possível se fosse feito um grande ajuste fiscal, com redução de pessoal e de outras despesas, mas o governo atual é contra a corte de gastos.
Prova disso é que a dívida bruta do setor público, em que a maior parte é da União, cresceu no atual governo, até julho deste ano, R$ 2,3 trilhões, 5,9 pontos percentuais do PIB. Duas causas explicam esse fato, formação de déficit primário, quando deveria ser superávit e altos juros, ambos os fatores decorrentes do excesso de gastos.
A continuar essa política, o País vai entrar numa situação de muito difícil saída, cujas causas vem sendo escondidas na propaganda oficial e nos “voos de galinha” da economia.