O ilusionismo político

O modo mais eficaz de domínio de um povo não é pelas armas, e sim pela promessa de um sonho impossível de “governo grátis”. Esta interessante frase foi retirada do livro do Mito do Governo Grátis, de Paulo Rabello de Castro.

Os políticos populistas conseguem se eleger e se manter no poder por vários anos, vendendo a ilusão de que os direitos do povo são infinitos e que não decorrem de nenhuma obrigação. Mas isso acaba um dia e as consequências são devastadoras.

Exemplos disso vemos em nosso país e nos mais diversos países do mundo. O povo brasileiro está sofrendo os efeitos desse tipo de política, com um déficit monumental nas contas públicas, com 13 milhões de pessoas desempregadas e  mais de 70%  das famílias endividadas.

As famílias se endividaram acreditando que essa era a maneira fácil de conseguir seu bem-estar material, quando só existe uma maneira efetiva e duradoura para consegui-lo: o trabalho. Somente o trabalho cria riqueza, porque tudo o que existe no mundo, além da natureza, é fruto dele.

O Estado do Rio Grande do Sul também agiu assim ao longo dos tempos e, principalmente, nos últimos anos, quando vendeu a ilusão de que era possível conceder enormes reajustes salariais que, por mais justos que fossem, foram custeados por recursos finitos e que, por isso, se esgotaram, enquanto a despesa permaneceu.

O resultado disso estamos vendo nos atrasos de salários, piora da qualidade dos serviços públicos básicos de saúde, educação e segurança, podendo atingir consequências inimagináveis, se não for possível ao governo aderir ao acordo oferecido pelo governo federal.

Todos estão acompanhando a situação da Venezuela, onde um governo populista que, em vez de usar os recursos do petróleo no desenvolvimento nacional, utilizou-os na distribuição de benesses à população.

A Argentina foi ao início do século passado uma das nações mais ricas do mundo, superando inclusive nações europeias e hoje vive uma crise tão grave quanto a do Brasil. O “debacle” começou com Juan Domingo Perón, um presidente altamente populista que governou por dez anos o país vizinho, sendo até hoje venerado pela maioria.

As pessoas geralmente enganam-se com promessas vãs de políticos populistas que vendem ilusões, em detrimento daqueles que colocam a obrigação como contrapartida do direito e o trabalho como o único fator capaz de criar riqueza.

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