Receitas da Administração direta realizadas até abril/2015
Há muitas pessoas que não acreditam na crise financeira do Estado, atribuindo o fato ao choro costumeiro dos governadores.
Outros não acreditam que no orçamento de 2015, entre despesas subestimadas, receitas fictícias e superestimadas, havia uma buraco de mais de R$ 5 bilhões.
Na época fizemos um artigo que foi publicado na Zero Hora, denunciando que no orçamento faltavam R$ 5,4 bilhões. Mas quase ninguém acreditou nisso. Fomos acusados por alguns de exagerados. O orçamento foi feito prevendo uma receita corrente de 16,7% maior que a arrecadação de 2014 e de 13,6% no ICMS. Ambos estão com 6,4% a mais até abril. Além disso foram colocadas receitas fictícias de R$ 2,8 bilhões.
Para aqueles que ainda mantêm essa dúvida, sugiro que deem uma olhada na síntese abaixo das receitas da Administração Direta.
Para aqueles que ainda mantêm essa dúvida, sugiro que deem uma olhada na síntese abaixo das receitas da Administração Direta.
Considerando que o mês de abril representa 33,3% do exercício, calculamos a arrecadação proporcional e diminuímos da receita realizada até então. A receita de capital não obedece a essa proporcionalidade, mas corrente tem mais ou menos esse comportamento.
As receitas correntes tiveram um grau de realização de 29,1%, sendo as próprias, 28,8%. As receitas de capital, ingressaram apenas 1,4% e talvez não passe muito mais disso, pelas seguintes razões:
i) As operações de crédito estão com limite da lei de responsabilidade fiscal esgotado.
ii) As demais receitas de capital são fictícias.
iii) Já as transferências de capital é que podem ingressar, mas em 33% do ano ingressaram somente 1,9%.
Resumindo, até abril ingressaram a menos que o previsto R$ 2,5 bilhões, sendo R$ 1,7 bilhão de receitas correntes e R$ 774 milhões, receitas de capital.
Essas coisas vão começar a mudar quando adotarmos um orçamento real, o que foi tentado pela então-governadora Yeda, contra o que teve até ações na justiça.
Esse é o rombo na parte da receita, mas há também o da despesa, que só para a folha do magistério falta R$ 1 bilhão.
Um dia corrigiremos isso, bastando para isso que façamos um firme propósito nesse sentido.