A popularidade do Presidente!

A imprensa noticia que o Presidente Lula está com um índice de aprovação de 80% e seu governo, de 69%.A verdade é que ele está fazendo um bom governo, a despeito dos altos índices de corrupção. O PIB deverá crescer mais de 5% neste ano, com reflexos positivos no emprego, e a inflação, que ameaçou ressurgir, foi imediatamente estancada. As contas externas estão, por enquanto, superavitárias e as reservas são superiores à dívida, o que torna o Brasil credor externo, embora a dívida interna federal supere R$ 1,3 trilhão, impulsionada pelos aumentos da taxa de juros.

Contribuiu para esse sucesso o alto preço das “commodities” de que o Brasil é grande produtor, o que possibilitou o aumento das exportações, a despeito da estagnação do crescimento das quantidades exportadas e do reduzido valor do dólar. Aliás, esse último fator ajudou a conter a inflação e a reduzir os preços dos produtos importados, muitos deles de consumo popular.

A população que avalia o presidente não se apercebe que ele conseguiu tudo isso fazendo e ampliando exatamente o que sempre combateu, como o superávit primário, que é a poupança para pagar a dívida, a reforma da previdência, e o aumento da taxa de juros como instrumento de combate à inflação. São apenas três exemplos, de uma série enorme de outros.

Mas o Presidente consegue se popularizar com o que existe e com o que não existe, o que decorre de dois fatores: sua grande capacidade de comunicação e da quase-ausência de oposição.

No rol das coisas que não existem, ou se existem não têm a dimensão alardeada, está o PAC, que concebido com apenas 13,5% de recursos do Orçamento da União, vem apresentando índices mínimos de realização. Todos os investimentos do Governo Central no ano passado foram apenas 0,39% do PIB, o segundo menor índice desde 1991 e, no primeiro semestre deste ano, foi realizado apenas 2,4% da dotação para o exercício.

Ainda no rol das coisas que não existem (pelo menos, ainda) e que estão ajudando a popularizar o presidente estão às reservas do pré-sal, para cuja exploração o País não dispõe dos recursos. Sua exploração só poderá se viabilizar por meio de empresas privadas, o que desde logo afasta a viabilidade da promessa de distribuição de seus benefícios diretamente ao povo. Mas isso é lá adiante. Enquanto isso não ocorre, a popularidade do Presidente aumenta!

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