Este livro procura desmistificar certas crenças que, por estarem arraigadas, parecem verdades, como a concentração tributária na União. Essa concentração não existe, uma vez que 2/3 dos recursos vão para a Previdência e Seguridade Social, finalidades altamente meritórias, mas que carregam incrementos anuais que conduzem ao desequilíbrio orçamentário: i) com aumentos reais (acima da inflação) de despesa; ii) com crescimento vegetativo dos beneficiários e  iii) com a dificuldade de aprovações de reformas, que, quando ocorrem, são retardatárias, com grandes períodos de transição e seguidas de contrarreformas.

Por tudo isso, os déficits da Previdência Social são altos e crescentes, com grandes reflexos no endividamento nacional, que produz juros e é realimentado por eles.

O livro destaca a falta de abrangência da última reforma aos estados e municípios e a grande bomba relógio a que estão sujeitos estes últimos. Aborda também os setores privilegiados do setor público.

Trata também do orçamento federal, cuja metade é de “papel”. Mostra que grande parte da receita é absorvida por poucas funções e parte do que resta é insuficiente para evitar os altos déficits. E, mesmo assim, é usada para emendas parlamentares que não obedecem às mínimas exigências de   controle fiscal, em total desrespeito à legislação e a ética que deve ser observada no uso da coisa pública.

Entre outros assuntos, fala dos fatores que geram o desequilíbrio orçamentário, como vinculações de receita, rigidez da despesa e decisões tomadas em nível federal sem observar as peculiaridades regionais e locais.